sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Caravaneando

Decorou a rima
desanima
a platéia crítica
que sem pensar em nada,
pede um sopro na alma
se esforça a imaginar um vôo
e quando pensa que enfim desperta,
se esvai nos aplausos fáceis da coragem insegura
derramada

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ela

Poesia perene à margem da solidão
escassa de rio tênue
infinita de paixão fogosa
és tu que calas
aspira o futuro, inócuo
contamina o tempo
elimina o trono
não és mais,
agora és mesmo
a quem aparece, esmo
de ti
a sós
está

Insenso


Com um perfume suave
vejo a beleza na fumaça
que hora sublime e imensa
ora retilínia e escassa
como lenços que se dobram leves
um balé de magia sopra
e ao céu, seu fluxo segue calmo
imagino a paz e a perfeita harmonia
a cinza cai como despenca um côco
vai se acabando ao som de harpas
e cada vez mais mudo
volto escutar as freiadas
                                                          2007

Vinho

De um simples gole de vinho
Abuso o copo
não tenho pena deste litro que se esvazia
e nem raiva por me deixar só
Sou simples no olhar
Sinto seu cheiro
E vou logo cantar
Desta fruta que mancha a boca
Resta a mente
Espandindo aquilo que chamo
Pensamento
                                                                         2007